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VÍDEO: apesar de inaugurada, duplicação da Faixa Velha não está pronta

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

Calma, não há nada errado com o título acima. Quem passa pela duplicação da Faixa Velha de Camobi (ERS-509) pode nem se dar conta, mas a obra não está 100% concluída, apesar de ter sido inaugurada em dezembro passado pelo então governador José Ivo Sartori (MDB). Mesmo estando 99% pronta, o que facilitou o trânsito para a grande maioria dos motoristas, quem reparar bem vai notar que falta construir ainda três alças de retornos, que são as pistas em formato de arco que deveriam ser instaladas do lado de fora da rodovia para facilitar as manobras para retornar. A falta dessas alças tem causado risco de acidentes porque caminhões grandes e carretas não conseguem realizar os retornos com segurança - acabam ficando trancados e tendo de manobrar por alguns minutos, bloqueando o trânsito no trecho duplicado.

Veja mais no vídeo:

 

Esse problema existe nas duas alças (nos dois sentidos) que ficam entre a árvore do pé de plátano e a pista de kart e também no retorno em frente à Citroën, perto do viaduto. Devido à falta das alças externas, nesses pontos, o espaço fica muito reduzido para as conversões de retorno. Nas duas primeiras alças, uma parte da calçada chegou a ser retirada junto às pistas de retornos centrais para facilitar a conversão de caminhões. Já em frente à Citroën, não foi possível remover essa estrutura, e muitos veículos passam com as rodas traseiras por cima do concreto ou trancam nele.

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- Já deu acidentes de carro que foi desviar de outro veículo que fazia o retorno. As carretas ficam trancadas e precisam ficar manobrando. Outro dia, uma entrou mais de 10 metros no nosso pátio e quase arrancou nossos fios de luz para manobrar. Só não arrancou porque mandamos parar - conta a aposentada Marlene Zélia Fortes dos Santos, 74 anos.

- Quando uma carreta tranca, ou desce alguém para fazer os carros parar, ou a gente mesmo da loja vai ajudar a sinalizar. Chega a dar fila longa de carros, pois leva minutos para a carreta sair - diz o vendedor Nathan Saraiva, citando que há casos de motoristas que entram pela contramão nos retornos centrais.

- Carreta leva de quatro a cinco minutos para manobrar porque não tem essa alça. Aqui é 60km/h, mas pessoal passa de 80km/h a 90km/h, e fica perigoso dar um acidente quando tranca o trânsito - diz o trabalhador rural Aristeu Rodrigues, 56 anos, que mora perto do Pé de Plátano.

Por dia, de duas a três carretas ficam trancadas no retorno em frente à Citroën, geralmente de desavisados que não sabem do problema, dizem os moradores. A situação só não é mais frequente porque boa parte dos caminhoneiros já sabe da situação e anda mais para fazer os retornos onde existem as alças.

Questionado se não deveria haver placas proibindo o retorno de carretas e caminhões nesses locais onde não foram construídas as alças, o Batalhão Rodoviário da Brigada Militar informou que não tinha conhecimento do problema e que iria averiguar a situação.


Foto: Pedro Piegas (Diário)

SEM PREVISÃO
As três alças de retorno não foram construídas ainda porque o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) não pagou as indenizações aos donos dos terrenos que precisam ser desapropriados para realizar as obras. O valor total é de cerca de R$ 2,3 milhões. Os proprietários não querem liberar os terrenos para a construção com medo de, depois, o caso virar um precatório e nunca mais receberem. O empresário Arlindo Berleze, que é sócio da arrozeira Irmãos Berleze, dona de alguns terrenos, queixa-se ainda do valor estipulado para indenização. 

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- Querem pagar R$ 300 mil por dois terrenos de frente para a Faixa Velha e de esquina. E outro problema é que só querem indenizar a parte da frente, só que em um deles vai sobrar só cinco metros de frente. O que vamos fazer com um terreno com cinco metros de largura? - diz Berleze.

Questionado sobre os problemas, o Daer deu uma resposta breve: "No momento, o Daer aguarda a disponibilidade de recursos do Estado para o pagamento das indenizações." Portanto, não há previsão alguma de quando as obras serão realizadas.

É até compreensível que o governo do Estado acabe priorizando usar as verbas escassas para tentar pagar os salários dos servidores estaduais, que têm atrasado cada vez mais. Porém, a falta das alças de retorno na Faixa Velha está colocando motoristas em risco, e o Daer será responsável se algo mais grave ocorrer. Por sorte, ainda não ocorreu nenhum acidente grave, mas o perigo é grande de um carro bater na lateral de uma carreta atravessada na pista ou na traseira de outros veículos que têm de parar até esperar os caminhões fazerem manobras para retorno. Além disso, por não ter as alças, os carros e caminhões acabam entrando na pista duplicada de forma muito lenta, o que já provocou acidentes, segundo os moradores. Enquanto não dá para fazer as alças, o Daer deveria ao menos colocar placas proibindo carretas de fazer o retorno nesses locais.

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